terça-feira, maio 12, 2009

A relatividade da dignidade

Quantas vezes disse e pensei que se alguém me tratasse de alguma forma mal e me faltasse ao respeito teria apenas o meu desprezo. Isto incluía trabalho, amor, família, fosse o que fosse. Quando era jovem (?) pensava desta forma, mas com o passar do tempo vejo que a dignidade é relativa. A necessidade obriga muitas vezes a engolir a seco, a baixar os olhos a verter uma lágrima em segredo. Isto inclui trabalho, trabalho, trabalho. E, no meu caso que tenho pontaria para palermas, também amor.

A experiência profissional tem-me trazido muitas coisas e uma delas é a capacidade de não fazer um único som enquanto me maltratam verbalmente. A culpa é da crise, claro! Com tantos desempregados é difícil impor os nossos direitos que nem deviam ser impostos mas sim tidos como adquiridos e por isso respeitados. Ás vezes ainda respondo à letra com convicção e garra, mas também já aprendi que o melhor é ficar calada. De que nos serve a dignidade quando precisamos de um emprego? :(